Receptor Glutamato
- AA excitatório.
- Amplamente distribuído no SNC.
- O glutamato pode ser produzido a partir da glutamina
através da ação de glutaminase. Pode também ser precursor da formação do GABA dentro do metabolismo através da
descarboxilase do ácido glutâmico. Também pode ser produzido a partir do
oxoglutarato como precursor da ação da GABA T.
- Se liga ao seu neurotransmissor, vai haver influxo de
cálcio para dentro da célula, ocorrendo a despolarização.
- O glutamato ativa: Receptores
ionotrópicos – receptores rápidos de
neurotransmissores. 3 tipos: NMDA, AMPA e Cainato; e Receptores metabotrópicos
(acoplados a proteína G) – função
reguladora.
O glutamato é produzido a partir de glutamina com ação da glutaminase. É armazenado
em vesículas. Quando chega o impulso nervoso há um influxo de cálcio no
neurônio pré-sináptico, o glutamato é liberado na fenda sináptica e vai fazer
ação no neurônio pós-sináptico através dos seus receptores. Esse glutamato pode
ser recaptado por um astrócito (célula da Glia – auxiliar) lá é convertida em
ação da glutamina sintase em glutamina e exportado para o neurônio
pré-sináptico.
O glutamato também pode ser
recaptado diretamente para um neurônio pré-sináptico, e armazenado novamente em
vesículas.
Pode acontecer dessa via estar
hiper ativada devido à uma ampla liberação de glutamato na fenda, fazendo que
fique hiper ativada, causando intoxicação, causando grande influxo contínuo de
Ca = excitotoxicidade. Essa reação lesa os neurônios causando neuro
degeneração. Os fármacos atuam inibindo, diminuindo ou modulando ação
excitatória.
Ou seja, pode acontecer a
exposição excessiva dos neurônios ao glutamato pode causar um aumento exagerado
de entrada de Cálcio através dos canais dos receptores de NMDA do glutamato,
com consequente agravamento das lesões neuronais (mecanismo excitotóxico).
Receptor GABA
- AA. Inibitório.
- Principal neurotransmissor inibidor do cérebro.
- Existem vários tipos de receptores GABA (GABA-A, GABA-B,
GABA-C) que podem ser do tipo inotrópicos, metabotrópicos, permeáveis dos
ânions (Cl-) e cátions (Na +).
- Neurônios gaba estão localizados no córtex, hipocampo e
estruturas límbicas.
- O GABA é sintetizado
a partir de Glutamato.
Uma vez sintetizado, GABA, é
inserido em vesículas prontas para serem liberadas na fenda sináptica. Quando o
estímulo do nervo ocorre, GABA é liberado no neurônio pré-sináptico e atinge o
neurônio pós-sináptico que é reconhecida pelos receptores GABA-A E GABA-B. O
GABA é recapturado pelas células da glia e convertido em glutamato, sendo
exportado de volta ao neurônio pré-sináptico.
* Receptores GABA-A
- Apresentam sítios de ligação de benzodiazepínicos.
- Receptor GABA abre o canal de Cl, causando
hiperpolarização da membrana, reduzindo a sua excitabilidade.
* Receptores GABA-B
- Localizados pré e pós sinapticamente.
- Acoplados a proteína G - classe C inibitória.
- Inibem canais de Ca operado por voltagem (reduzindo assim
a liberação do neurotransmissor).
- Abrem canais de potássio (reduzindo assim a excitabilidade
pós-sináptica).
Fármacos ansiolíticos e hipnóticos
Os fármacos
ansiolíticos são utilizados no tratamento dos sintomas da ansiedade, enquanto os fármacos hipnóticos são utilizados no
tratamento da insônia. Apesar dos
objetivos clínicos serem diferentes, as mesmas drogas são frequentemente usadas
para ambas as finalidades, variando-se neste caso somente a dose para cada fim.
1 – Benzodiazepínicos:
Os benzodiazepínicos são usados
como ansiolíticos e hipnóticos.
Esses medicamentos não exercem efeitos
antidepressivos.
- São agonistas – reguladores.
EX: (triazolam,
midazolam, zolpidem, lorazepam, alprazolam, nitrazepam, diazepam,
clordiazepóxido, flurazepam, e clonazepam).
Os benzodiazepínicos agem através
de sua ligação a um sítio regulador específico sobre o receptor GABA-A
potencializando, assim, o efeito inibitório do GABA.
O aumento na condutância do Cl
(abre o canal de Cl, faz a hiperpolarização
da membrana do neurônio) induzido pela interação dos benzodiazepínicos com
o GABA, assume a forma de um aumento na frequência de abertura dos canais.
Afetam principalmente o sistema límbico (unidade responsável pelas emoções).
- OBS: Flumazenil
(antagonista) e impedem as ações dos benzodiazepínicos ansiolíticos. flumazenil
pode ser usado no caso de superdosagem de benzodiazepínicos, e para reverter a
ação sedativa dos benzodiazepínicos administrados durante a anestesia.
Ou seja, FLUMAZENIL,
BLOQUEIA AS AÇÕES DO GABA.
- Os
benzodiazepínicos causam:
- redução da ansiedade
e da agressão;
- sedação, resultando
em melhora da insônia;
- relaxamento muscular
e perda da coordenação motora;
- supressão das
convulsões (efeito antiepilético).
Em virtude dos sintomas físicos
da abstinência (aumento da ansiedade, tremor e vertigem), os pacientes têm
dificuldade em abandonar o uso dos benzodiazepínicos. Os principais efeitos
colaterais dos BZD consistem em sonolência, confusão, amnésia e comprometimento
da coordenação motora.
2 – Barbitúricos (pentobarbital, fenobarbital e tiopental):
Todos os barbitúricos exercem atividade depressora sobre o
sistema nervoso central, produzindo efeitos semelhantes aos dos anestésicos de
inalação.
Os barbitúricos potencializam a
ação do GABA; entretanto, ligam-se a um sítio diferente no receptor de
gaba/canal de cloreto, e sua ação parece ser muito menos específica. Parecem aumentar a duração
da abertura dos canais de cloreto regulados pelo GABA.
- Atuam por baixar a excitabilidade do neurônio
pós-sináptico.
-Indicações:
- Sedação e hipnose;
- Adjuvante de
anestesia;
- Ansiolítico;
- Anticonvulsivante.
3 – Agonistas dos receptores 5-HT (buspirona, ipsapirona e gepirona): inibidor
seletivo da receptação de serotonina
A buspirona é um potente
agonista a nível dos receptores 5-HT1A (inibitórios da serotonina). Porém,
ela não possui ação hipnótica, anticonvulsivante ou miorelaxante. A ipsapirona e a gepirona são semelhantes. Eles atuam sobre os receptores pré-sinápticos
inibitórios, reduzindo assim a liberação de 5-HT e de outros mediadores.
Além disso, inibem a atividade dos neurônios noradrenérgicos, e desta maneira,
interferem nas reações de reatividade.
- A buspirona é ineficaz nos episódios de pânico.
- Esses medicamentos não causam sedação nem descoordenação
motora, e não foram relatados efeitos de abstinência.
- Efeito adversos:
Náuseas, tontura, cefaleia.
4 – Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos (propranolol):
Essas drogas são utilizadas no
tratamento de algumas formas de ansiedade, particularmente quando os sintomas físicos são incômodos, como sudorese, tremor e
taquicardia. Sua eficácia depende mais do bloqueio das respostas simpáticas
periféricas do que de qualquer efeito central. Algumas vezes são usados por atores
e músicos para reduzir os efeitos do medo do palco.
..............
Depressão.
Depressão é a diminuição da síntese de serotonina.
Quimicamente, a depressão é
causada por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de
hormônios como a serotonina e endorfina, que dão a sensação de conforto, prazer
e bem-estar. Quando existe algum problema nesses neurotransmissores, a pessoa
começa a apresentar sintomas como
desânimo, tristeza, autoflagelamento, perda do interesse sexual, falta de
energia para atividades simples.
Na depressão acontece uma diminuição na quantidade de neurotramismissores liberados, mas a
bomba de receptação e a enzima continuam trabalhando normalmente. Então um
neurônio receptor captura menos neurotransmissores e o sistema nervoso funciona
com menos neurotransmissores do que normalmente seria preciso. Para o
tratamento da depressão são rotineiramente usados antidepressivos, que têm por objetivo inibir a recaptação dos
neurotransmissores e manter um nível elevado dos mesmos na fenda sináptica.
Havendo isso todo o humor se reestrutura e logo o doente se sente melhor.
Tratamento: Para
aumentar os níveis de serotonina, tem que aumentar os níveis na fenda
sináptica. Para isso, bloqueia a receptação de serotonina ou inibição do imao.
Mecanismo de ação:
O primeiro neurônio
guarda vesículas com serotonina,
quando chega um potencial de ação, e o neurônio é despolarizado, a serotonina é
liberada na fenda sináptica, uma vez, liberada, pode entrar em contato com o
segundo neurônio. O segundo neurônio contém receptores de serotonina, uma vez,
que a serotonina se liga ao seu receptor, propaga sinal para o segundo
neurônio, esse sinal tem que parar de alguma forma. Uma das formas é usar a
molécula transportador de serotonina que faz a recaptura de serotonina
para o primeiro neurônio, podendo recaptar e colocar na vesícula novamente, ou
então, a serotonina vai ser destruída / degradada por uma enzima chamada de Monoamina Oxidase. Então, os
antidepressivos vão se unir ao transportador de serotonina impedindo a passagem
de serotonina da fenda sináptica para o primeiro neurônio, isso faz com que a
serotonina fique mais tempo na fenda sináptica, ou seja, bloqueia a receptação
de serotonina. Assim, a neurotransmissão se eleva.
- Medicações:
1- Inibidores
seletivos da recaptura de serotonina (ISRS): Citalopram; Escitalopram
fluoxetina; Fluvoxamina; Paroxetina; Sertralina.
2- Inibidores da
monoamino oxidase (IMAO): Moclobemida; Tranilcipromina.
.............................................................................................................................................
Anticonvulsivante
*Convulsão x Crise epiléptica x Epilepsia
- Convulsão:
Descarga neuronal.
- Crise epiléptica:
Manifestações motora, sensoriais, comportamentais e/ou autonômicas.
- Epilepsia:
Decorrência.
* Como são classificadas as crises epilépticas:
- Parcial: lesão
em determina parte do cérebro. Ocorre em neurônios restritos em um dos
hemisférios cerebrais.
- Generalizada: Descargas generalizadas /
excitações ao extremo. Se inicia e envolve rapidamente ambos hemisférios, não
quer dizer que é em todo o cérebro.
- Parcial com
generalização secundária.
Parciais
|
Generalizadas primárias
|
Parciais simples (sem alteração da consciência)
|
Não convulsivas (origem
em ambos hemisférios, sem qualquer início focal detectável)
|
Com sintomas motores
(excitação neuronal na região motora)
|
Ausência
– pequeno mal. Aparece na infância, pode ocorrer lapsos súbitos, várias
vezes ao dia, apresenta baixa rendimento escolar, responde bem aos
anticonvulsivantes, não há alterações neurológicas.
|
Com sintomas somatossensoriais
(alterações da sensibilidades – tato)
|
|
Com sinais e sintomas
autônomas (rubor, sudorese e piloereção)
|
Convulsivas
|
Com sinais e sintomas
psíquicos (medo, dissociação, despersonalização, Déjávú e ilusões)
|
Mioclônicas (Contração muscular súbita
e breve; uma parte ou todo o corpo. Associada a distúrbios metabólicos;
doenças degenerativas do SNC e lesão cerebral anóxia).
|
Fase
Cônica (movimentos repetitivos de extensão e flexão)
|
|
Parciais complexas (comprometimento
transitório da consciência - interação com o ambiente, resposta a estímulos
verbais e visuais e memória e percepção)
|
Fase
Tônica (Contração muscular generalizada)
|
Parciais c/ generalização sencundárias
|
Tônico-clônicas
|
Atônicas
– Perda do controle postural c/ 1-2 seg. Breve perda da consciência.
Risco TCE.
|
- Fisiopatologia da
convulsão:
A crise convulsiva ocorre devido a excitação excessiva de
neurônios, causando a despolarização das membranas e consequente liberação de
neurotransmissores predominantemente excitatórios.
O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório
liberado em uma crise epiléptica – causa excitotoxicidade e lesão neuronal. A
propagação do impulso nervoso é de forma hiper sincrônica e excessiva por
várias regiões cerebrais, inciando o desenvolvimento do estado convulsivo.
Mecanismo de ação:
- Canais de sódio e cálcio voltagem dependentes – bloqueia os canais de Na+ e Ca+.
*Canais de Na+: Para a célula se despolarizar
é necessário a abertura de canais de Na+, o sódio entra, no interior da célula
que antes era negativo, fica positivo, a célula se despolariza. Entretanto, o
canal de sódio se fecha, e por alguns instantes esse canal fica inativado, ou
seja, resistente a uma nova abertura. Alguns anticonvulsivantes aumentam o
tempo dessa inativação dos canais de sódio, diminuindo a despolarização
sustentadas e hipersincrônicas, características da convulsão.
- Medicamentos - Bloqueio
de canais de sódio – voltagem dependentes: Fenitoínas; Lamotrigna;
Zonisamida; Oxcarbazepina; Carbamazepina.
*Canais de Ca+: Alguns anticonvulsivantes
também podem bloquear os canais de Cálcio. O Ca+ ao entrar na célula neuronal,
facilita a liberação de neurotransmissores, se esses neurotransmissores são
liberados de forma exagerada ocorre uma transmissão neuronal excessiva, com o
fechamento ou com o bloqueio dos canais de cálcio teremos menor quantidade de
neurotransmissores na fenda sináptica consequentemente menor depolarização de
membrana.
- Medicamento de
bloqueio de Ca+: Etosoximida e Valproato
- Atividade do Gaba e canais de cloreto – potencializa
o inibitório.
Barbitúricos promovem a abertura de canais de Cl- controlado
por GABA consequentemente mais cloreto entra na célula. A célula fica
hiperpolarizada, ou seja, a célula fica mais resistente à despolarização que é
uma característica da convulsão (despolarização excessiva).
- Medicamento que
potencializa os efeitos do GABA:
Viagabatriba; Tiagabrina; Fenobarbital;
- Receptores de glutamato – inibidores de glutamato.
O fármaco consegue inibir o processo de despolarização
excessiva e sustentada – característica da convulsão.
- Medicamento que inibe
o efeito glutamato: Triazínicos;

Nenhum comentário:
Postar um comentário